O XML tem sido largamente utilizado e falado em todo o mundo. É muito provável que já tenha ouvido falar de documentos XML e até que os utilize para enviar e processar dados. Mas o que é o XML?

XML (eXtensible Markup Language) é uma linguagem de marcação recomendada pelo World Wide Web Consortium (W3C) para a criação de documentos com dados organizados de forma hierárquica, como se vê, frequentemente, em documentos de texto formatados, imagens vetoriais ou base de dados. É uma linguagem simples e flexível que permite a partilha, troca, armazenamento e transporte de dados através da internet e outros canais.

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Em meados de 1996, o World Wide Web Consortium (W3C) começou a trabalhar numa linguagem de marcação que combinasse a flexibilidade da SGML com a simplicidade da HTML. A intenção era criar uma linguagem que pudesse ser lida por software e integrar-se com as demais linguagens.

A troca de dados entre sistemas com diferente hardware e/ou software obriga à construção de programas específicos para essa função. A conversão dos dados em XML simplifica esta tarefa podendo ser lidos por aplicações diferentes e em linguagens diferentes. Os dados em XML são guardados em formato de texto, podendo ser partilhados por qualquer plataforma.

Exemplo de um ficheiro XML para armazenamento de uma receita:

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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/XML

Como se pode ver no exemplo acima é possível estruturar e identificar toda a informação. Imaginemos um sistema que contenha várias receitas, é possível este sistema gerar um ficheiro XML com a estrutura acima definida que contenha todas as receitas guardadas e enviar para outro sistema programado numa linguagem completamente diferente. Apesar de ser um simples ficheiro tem a potencialidade de fazer a ligação entre sistemas distintos.

Para a definição da estrutura do XML, podem ser usados dois tipos de ficheiros os DTD’s (Document Type Definition) e o XML Schema, este último é um ficheiro baseado no XML que foi criado como alternativa do DTD, apesar de existirem mais tipos, estes são os definidos pelo W3C.

Qual a função do DTD ou XML Schema?

  • Estabelecer que elementos e atributos existem num ficheiro XML.
  • Fazer a associação entre tipos de dados (numéricos, strings e até definições mais especificas, como por exemplo a temperatura do forno, tendo em consideração o exemplo) e os elementos ou atributos.
  • Definir a estrutura do XML, qual é o nó principal, dentro deste quais são os que existem, quais podem ser ignorados quando não existe informação, quais são os obrigatórios. Fazer a validação através de um XML Schema é um componente muito importante para garantir a qualidade do documento XML. Só assim é possível garantir que o ficheiro XML se encontra segundo a estrutura definida e esperada pelo sistema que o irá ler.

XML em Portugal

Nos últimos anos, o XML tem vindo a ganhar terreno em várias industrias devido ao facto de ser possível partilhar informação estruturada e catalogada entre sistemas sem partilhar um programa de interface comum. As aplicações precisam apenas de gerar um ficheiro XML para comunicarem entre si.

Em Portugal, os ficheiros XML são cada vez mais comuns para comunicação de dados ao Estado:

  • SIOE;
  • ADSE;
  • Rebides;
  • Relatório Único;
  • INDEZ;
  • para comunicações de transações bancárias: SEPA

 

Aplicações XML

De seguida apresentamos algumas das aplicações XML

1. XHTML reformulação da linguagem HTML 4.0, baseada em XML por W3C

2. Web Collections é uma aplicação do XML utilizada para descrever as propriedades de um objeto.

 

3. Chemical Markup Language CML é usado para gestão de informação molecular. A sua utilização abrange uma ampla gama de assuntos tais como moléculas inorgânicas, química quântica e sequências macromoleculares.

4. Commerce eXtensible Markup Language (CXML) Um protocolo utilizado para comunicação contínua de documentos comerciais utilizados em e-commerce.

5. Electronic Business XML (EBXML) Utilizado para fornecer uma infraestrutura que permite a utilização de informações de negócios eletrônicos por todos de forma consistente e segura.

6. Simple Object Access Protocol (SOAP) Um protocolo baseado em objetos e utilizado para troca de informações num ambiente descentralizado e distribuído. Este é um dos protocolos utilizados por webservices.

 

Porquê o XML ?

XML é utilizado pelas seguintes razões:

  1. Dados Auto descritivos 
    Os dados são catalogados e estruturados, o que permite uma adequada apresentação de dados para além de ser fácil de utilizar.
  2. Integração de bases de dados e formatos tradicionais 
    Os documentos XML suportam todos os tipos de dados; texto, numéricos, multimédia (som e imagem), active formats (java applets, active x components).
  3. Modificações de apresentação de dados
    Os estilos do XML podem modificar documentos ou páginas web sem modificar os dados.
  4. Internacionalização 
    Documentos multilinguísticos e normas Unicode são suportados pelo XML. Este ponto é importante para aplicações de negócios eletrônicos
  5. Aberto e extensível
    A estrutura XML é adaptável e pode ser alterada para responder a vocabulários específicos de uma industria. Os utilizadores podem adicionar elementos quando necessário.
  6. Tecnologia orientada para o futuro
    O W3C aprovou o XML, que é suportado pela maioria dos fornecedores de software. Está também a ser utilizador por um crescente número de industrias.

 

História do XML

No final dos anos 80, antes de surgir a internet, vários editores de media digital consideraram os inúmeros benefícios do SGML (Standard Generalized Markup Language) para exibição de informações dinâmicas. Utilizadores experientes de SGML e World Wide Web (WWW) perceberam que, com o crescimento da web, poderiam surgir alguns problemas, cuja solução poderia passar pelo SGML (de onde o XML deriva). Assim, para este efeito, o SGML foi incluído por Dan Connolly, à lista de atividades do World Wide Web Consortium (W3C) em 1995. O trabalho teve inicio em meados de 1996, liderado por Jon Bosak.

XML foi compilado por um grupo de trabalho de onze membros e um grupo de interesse de cento e cinquenta membros. Os debates técnicos foram realizados pelos grupos de interesse e as questões foram resolvidas, quer por consenso ou por voto maioritário do grupo de trabalho. Michael Sperberg-McQueen compilou as decisões e teorias a 4 de dezembro de 1997. James Clark foi o responsável técnico do grupo de trabalho, e as suas contribuições incluem a designação “XML” e a sintaxe de elemento vazio. Outros nomes sugeridos foram os seguintes:

  • MAGMA – Minimal Architecture for Generalized Markup Application;
  • SLIM – Structured Language for Internet Markup;
  • MGML – Minimal Generalized Markup Language;

Iniciamente os co-editores das especificações foram Tim Brag e Michael Sperberg-McQueen.O XML foi planeado e concebido através de emails e teleconferências semanais, e após vinte semanas (de julho até novembro de 1996) de trabalho árduo e grandes decisões, foi lançado o primeiro rascunho. O desenvolvimento continuou em 1997, e o W3C recomendou o XML 1.0 a 10 de fevereiro de 1998.O grupo de trabalho tinha os seguintes objetivos:

  • Utilização da internet;
  • Compatibilidade com o SGML;
  • Estabilidade;
  • Formalidade
  • Concisão;
  • Legibilidade;
  • Facilidade de autoria;
  • Minimização de características opcionais;

Estes objetivos foram atingidos com o XML 1.0. Como não era essencial que fosse reduzido, o XML inclui repetição de elementos identificativos e construção de sintaxe redundante.

https://www.w3.org/XML/

https://pt.wikipedia.org/wiki/XML

http://www.totalxml.net/

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